No contexto da Doutrina Espírita, a natureza dos espíritos que desencarnaram pelo suicídio ou que cometeram crimes na existência corpórea é analisada à luz dos princípios da imortalidade da alma, da reencarnação, da lei de causa e efeito e do progresso moral contínuo.
Longe de serem casos perdidos, condenados eternamente a sofrimentos irremediáveis, tais espíritos são compreendidos como seres em estágio de aprendizado, enfrentando as consequências de seus atos e escolhas, mas sempre com a possibilidade de regeneração, reparação e crescimento espiritual. A visão espírita, ao mesmo tempo que reconhece a gravidade de certos atos e as dores que deles resultam, não admite castigos perpétuos, estimulando a compreensão, a compaixão e o auxílio fraterno.O Suicídio e suas Consequências Espirituais
Conforme já abordado em outro tópico, o suicídio não é uma solução para os problemas ou para a dor. Para o Espiritismo, aquele que interrompe a própria vida não cessa suas aflições com a morte do corpo, pois o espírito sobrevive, carregando consigo suas angústias, sentimentos de culpa, frustrações, arrependimento e vazio interior. Em vez de encontrar a paz ou o alívio pretendidos, o espírito suicida desperta no plano espiritual em condições dolorosas de perturbação, confusão, sofrimento moral e, muitas vezes, sensações desagradáveis relacionadas às circunstâncias do ato.
Entretanto, esse estado não é eterno. É transitório e pedagógico. Com o tempo, o espírito suicida, amparado por entidades socorristas e mentores espirituais, compreende o erro, reconhece que faltou perseverança, fé ou paciência diante das provas terrenas. Ao assumir o equívoco, inicia-se o processo de reequilíbrio, de conscientização e de planejamento de futuras encarnações para superar as dificuldades que originaram o gesto extremo. O que caracteriza o espírito suicida não é a impossibilidade de redenção, mas a necessidade de enfrentar as consequências de sua fuga do dever e de reparar as lições interrompidas pela morte voluntária.
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