No contexto da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, a compreensão da natureza de Deus e a relação dessa natureza com as Leis Morais do universo ocupam um lugar central.
O Espiritismo, ao propor uma visão racional, coerente e progressiva da espiritualidade, apresenta Deus como a inteligência suprema e a causa primária de todas as coisas, conferindo às Leis Morais uma função fundamental no progresso dos seres. A seguir, examinaremos detalhadamente como a Doutrina Espírita define a natureza divina e as leis que regem a moralidade, assim como a repercussão desses conceitos no desenvolvimento individual e coletivo.A Natureza de Deus segundo o Espiritismo
Allan Kardec, ao organizar e sistematizar o pensamento espírita por meio de obras como “O Livro dos Espíritos” e “A Gênese”, não se afasta da noção tradicional de Deus apenas pelo desejo de inovação, mas pela necessidade de adequar a ideia do Criador a uma perspectiva racional e universal. Deus, na visão espírita, não é um ser antropomórfico, sujeito a paixões humanas, nem um soberano tirânico que impõe leis arbitrárias. Ao contrário, a doutrina o apresenta como o princípio inteligente supremo, causa primária de tudo que existe, infinito em suas perfeições, perfeitamente justo e bom.
O Espiritismo parte do princípio de que toda a Criação – mundos materiais, seres vivos, leis físicas e morais – é uma expressão da vontade divina. Entretanto, essa vontade não se manifesta de forma caprichosa, mas sim através de leis imutáveis e harmoniosas. Nesse sentido, Deus é concebido como uma essência que transcende a compreensão humana, mas cujas obras podem ser inferidas pelo estudo racional da natureza, do universo e do próprio homem. A postura espírita é a de que, quanto mais o ser humano evolui intelectual e moralmente, mais pode compreender os atributos divinos, embora nunca os possa abarcar por completo, dada a sua infinitude.
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